Na segunda metade do século XIX acreditava-se que o infarto agudo do miocárdio (IAM) era doença invariavelmente fatal. Alguns poucos estudos de necropsia tentaram correlacionar mortes súbitas com entupimentos das coronárias. Entretanto na época, não havia a preocupação de correlacionar doença coronariana com sintomas e nenhum pesquisador sugeriu como os médicos deveriam diagnosticar oclusão de artérias coronárias em pessoas durante a vida.
Só em 1882, Karl Huber relatou que a dor no peito anginosa e o IAM eram ambas manifestações da mesma doença. Porém, a aceitação universal dessa afirmativa só veio mais tarde, no início do século XX, quando se descobriu que o IAM não era uma doença invariavelmente fatal, mas que tinha variados graus de evolução, e que, portanto, valia a pena tratar.
Este tratamento se baseava em cuidados gerais, repouso, ou seja, era um tratamento não específico. O conceito da época era de que uma vez instalado o IAM nada poderia revertê-lo e os cuidados nitidamente eram para que esse infarto não aumentasse (não se estendesse). Somente na década de 70 é que podemos vislumbrar um novo tipo de tratamento através de drogas (trombolíticos) que passaram a ser largamente empregadas na intenção de curar o infarto, desobstruindo a artéria entupida. Assim, um novo conceito surgiu – o de que o infarto era passível de cura.
Os médicos puderam então, agir de forma rápida ministrando esse novo medicamento antes que a privação de sangue pudesse levar a lesões irreversíveis no músculo cardíaco. A seguir, outro importante procedimento foi introduzido com vantagens sobre os trombolíticos, que é a desobstrução mecânica da artéria entupida por uma técnica chamada de angioplastia, hoje largamente utilizada em hospitais.
Entretanto, apesar de novas e importantes tecnologias e conhecimentos científicos, prevenir ainda é melhor do que remediar. Por isso, o enfoque é nas medidas de prevenção da doença coronariana com controle do colesterol, triglicerídeos e glicose no sangue.
Controle da pressão arterial, do estresse, além de incentivar as atividades físicas regulares, não fumar, e outras medidas preventivas que seu cardiologista poderá discutir em detalhes com você.